Tudo é mais dificil em uma sociedade tão atrasada como a brasileira. A oportunidade certa vai
aprimorar o processo e lapidar o desejo.
Posso estar muito errado, mais quem faz a escolha toda é o submisso. A
ele cabe entender que aquela outra pessoa é a que o desequilibra. Que rompe seu nexo a tal ponto que o torna permissível. O submisso deve ficar em um estado de constante euforia. Uma excitação permanente e também um medo de
que tudo vire de ponta a cabeça.
Por isso o submisso se apresenta nu. Ele é fragilizado perante o outro.
Desprotegido. E, além disso, na maioria dos casos recebe uma coleira, um símbolo de tomada de posse e aprisionamento. Claro que a coleira, no meu parecer, tem um valor funcional e pratico. De não cansar o DOMINADOR com mandos verbais. Então é só puxar pelo pescoço como um bicho. Mas, o simbolismo de ser uma coleira, no BDSM não é do nada, é para que o tempo todo, enquanto estiver em cena o submisso se lembre de que ele esta sobre controle. E estar sobre controle é toda a raiz de sua entrega.
Ao contrário do submisso, o DOMINADOR geralmente não se apresenta nu. Pelo menos, não inicialmente. Ele não se apresenta como um qualquer.
Mesmo não podendo impor ou pedir nada a seu DONO o submisso também não quer que seu superior seja um qualquer. Ele quer admirar. Ele quer a palavra citada acima. Hierarquia. ele quer seu DONO forte enquanto ele é fraco. Os opostos e o reconhecimento disso também é libertador. Nunca no ,dia a dia nós damos o direito de admirar e admitir a força do outro, fazer isso é se revelar um perdedor e na máquina social, perdedores são esmagados. Na cena BDSM o submisso tem esta chance, admirar a vontade, gozar pela superioridade do
outro. O outro é o mais importante. Abnegação. desprendimento e altruísmo, em
que a superação das tendências egoísticas da personalidade é conquistada em benefício de uma pessoa.
E como o DOMINADOR consegue isso? Estímulos são constantemente
necessários para se manter a mágica. Esta figura que optou por comandar
ganhou do outro a admiração e poder. a outra figura esta abrindo mão de seu
prazer para que ele tenha prazer , esta abrindo mão de seu corpo para que o
outro realize os desejos que irão dar satisfação. Esta se colocando em uma
posição de vulnerabilidade e dor para deleite do seu escolhido. E em um campo
bem mais psicológico, esta permitindo, se abrindo mentalmente para que o outro
entre em sua personalidade e tome controle. a casos mais leves e outros mais
intensos pelo que li.
Por fim. vi muitas coisas. Não existe um BDSM, existe um universo BDSM
, cada quarto que se fecha com um DOMINADOR e um submisso, cada relação
D/S que se estabelece e cada cadeado em uma coleira que é trancado pela mão
de um DOM no pescoço de seu sub será uma história sendo escrita com uma
vertente que não pode ser copiada ao pé da letra pelo outro. Trocas podem
acontecer, um DOMINADOR pode sim aproveitar em seus mandos o que um
outro DONO testou em um sub e ele, percebe que se enquadra pra seu prazer,
mas não será a mesma historia. Sabemos que um DOMINADOR, por seu grau
hierárquico e seu poder que permite isso, pode ter quantos submissos quiser ,
mesmo assim para cada um a trajetória nunca será ,igual .
Nunca pratiquei BDSM. Nunca tive uma coleira em meu pescoço ou dei
ordens em alguém em uma cena. Fui farejando perfis, separando os
interessantes, os que tinham algo a dizer dos completamente sem noção. Em
curto espaço de tempo pesquisei bastante. Mas é só um inicial certamente. Inicio
de uma descoberta de uma nova Filosofia. (Escrito pelo submisso paulo jorge)